Writers verdadeiros parecem ser poucos; a maioria parece ser constituída por principiantes. Verificámos ainda que é comum a todos a preocupação com o local dos trabalhos para efeito de visibilidade, mas constatámos também, com alguma surpresa, que os writers mais talentosos são os mais respeitadores e com maior atenção ao enquadramento dos seus trabalhos no tecido urbano. São infelizmente a excepção; a maioria sem talento é mais arrogante e acha-se com mais direitos sobre a estética da cidade, não se coibindo de deixar rascunhos onde calhar (bombers). Uma explicação... Generosa para a raridade da excelência é a das razões económicas: um trabalho de alta qualidade, com efeitos 3D, implica uma grande variedade de sprays de várias cores, que não são baratos.
Por outro lado (apesar do preço dos sprays) bombers há muitos, porventura em demasia, e são extremamente abusadores. Parecem ser muito territoriais e básicos; qualquer superfície serve para deixar as marcas da sua passagem, corroborando a segunda das percepções extremas que são mencionadas no início do texto. Aparentam ser cegos ou insensíveis a outras estéticas, que não respeitam.
Quanto aos outros, os que considerámos fora da subcultura graffiti, é difícil generalizar, mas na sua maioria também não parecem ter escrúpulos quanto aos locais. Sendo geralmente apenas mensagens escritas, não podem ser avaliadas por nenhum valor estético. Nestes casos o que pode contar como critério de valoração é o espírito das palavras nas mensagens; a inteligência, o simbolismo, a acuidade, a pertinência, a beleza, a piada, etc. Nesta categoria, por essa Lisboa fora, há preciosidades absolutamente ímpares, a cintilar discretamente no meio de uma imensidão de banalidades medíocres.
Bom post. Parabéns! Continuem a divulgação do que é Arte.
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